Resumo
Introdução: A diferença na idade cronológica entre indivíduos agrupados em uma mesma categoria é denominada idade relativa. O Efeito da Idade Relativa (EIR) consiste na possível vantagem obtida pelo atleta agrupado em um escalonamento etário dentro do mesmo ano de seleção de uma mesma categoria. Tal variável pode influenciar diretamente a formação de atletas de judô. Assim, judocas nascidos nos primeiros meses do ano podem ser beneficiados pelo EIR.
Objetivo: Verificar se existe o efeito da idade relativa em judocas do sexo masculino e feminino, da categoria sub-15 anos, que foram medalhistas nos Jogos Escolares da Juventude da temporada 2014 e 2015.
Métodos: Foram coletadas, junto à Confederação Brasileira de Judô (CBJ), as datas de nascimento de 120 judocas. Para a análise estatística, recorreu-se ao teste de Qui-quadrado (p< 0,05) e realizou-se a correção de Bonferroni (p<0,0083) para as comparações múltiplas pareadas entre os quartis.
Resultados: Foram encontradas diferenças significativas nas datas de nascimento dos jovens judocas das categorias sub-15, que evidenciam a existência do EIR nos judocas dos sexos masculino (1ºQ x 4ºQ) e feminino (1ºQ x 4ºQ e 2ºQ x 4ºQ) que foram medalhistas nos Jogos Escolares da Juventude nas temporadas de 2014 e 2015.
Conclusão: O EIR foi verificado em atletas medalhistas de ambos os sexos, da categoria sub-15, participantes dos Jogos Escolares da Juventude nas temporadas 2014 e 2015.
Referências
Franchini E, Vecchio FB, Matsushigue KA, Artioli GG. Physiological profiles of elite judo athletes. Sports Medicine. 2011; 41(2): 147-166.
Casals C, Huertas JR, Franchini E, Sterkowicz-Przybycień K, Sterkowicz S, Gutiérrez-García C, Escobar-Molina R. Special judo fitness test level and anthropometric profile of elite spanish judo athletes. Journal of Strength and Conditioning, In press, 2015.
Miarka B, Fukuda DH, Del Vecchio FB, Franchin E. Discriminant analysis of technical-tactical actions in high-level judo athletes. International Journal of Performance Analysis in Sport. 2016; 16:30-39.
Noce F, Costa VT, Szmuchrowski LA, Soares DS, Mello MT. Psychological indicators of overtraining in high level judo athletes in pre- and post-competition periods. Archives of Budo, 2014; 10:245-251.
Confederação Brasileira de Judô. http://cbj.com.br/. Acessado 2016-05-20, 2016.
Musch, J.; Grondin, S. Unequal competition as an impediment to personal development: a review of the relative age effect in sport. Development Review. Amsterdã, 2001; 21(2):147-167.
Costa VT, simimm MAM, Noce F, Costa IT, samulski DM, Moraes, LCCA. Comparion of relative age of elite athletes participating in the 2008 Brazilian soccer championship series A and B. Motricidade (Santa Maria da Feira), 2009; 5:35-38.
Cobley S, Baker J, Wattie N, Mckenna J. Annual age-grouping and athlete development: a meta-analytical review of relative age effects in sport. Sports Medicine. 2009; 39(3):235-256.
Carling C, le Gall F, Reilly T, Williams AM. Do anthropometric and fitness characteristics vary according to birth date distribution in elite youth academy soccer players? Scandinavian Journal of Medicine and Science in Sports. 2009; 19:3–9.
Penna, E. M.; Ferreira, F. M.; Costa. V. T.; Santos, B. S.; Moraes, L. C. Relação entre mês de nascimento e estatura de atletas do futebol do mundial sub-17. Revista Brasileira de Cineantropometria e Desenvolvimento Humano. Florianópolis, 2012; 14(5):571-581.
Andronikos G, Elumaro IA, Westbury T, Martindale RJJ. Relative age effect: implications for effective practice, Journal of Sports Sciences, in press, 2015.
Delorme N. Do weight categories prevent athletes from relative age effect? Journal of Sport and Science. 2014; 32(1):16–21.
Albuquerque MR, Costa VT, Lage GM. Franchin E, Costa IT, Malloy-Diniz L. The relative age effect in combat sports: an analysis of olympic judo athletes, 1964–2012. Perceptual & Motor Skills: Physical Development & Measurement. 2015; 121(1):1-9.
Malina RM, Eisenmann JC, Cumming SP, Ribeiro B, Aroso J. Maturity associated variation in the growth and functional capacities of youth football (soccer) players 13–15 years. European Journal of Applied Physiology. 2004; 91(5-6):555-562.
Albuquerque MR, Tavares V, Lage GM, Paula JJ, Costa IT, Malloy-Diniz LF. Relative age effect in Olympic Judo athletes: A weight category analysis. Science & Sports. 2013; 28:58-60.
Fukuda DH. Analysis of the relative age effect in elite youth judo athletes. International Journal of Sports Physiology and Performance, 2015; 10(8):1048–1051.
Albuquerque MR, Lage GM, Costa VT, Malloy-Diniz L, Ferreira RM, Penna EM, Couto LC, Moraes A. Relative age effect in olympic taekwondo athletes. Perceptual and Motor Skills. 2012; 114(2):461-468.
Albuquerque MR, Costa VT, Faria LO, Lopes MC, Lage GM, Sledziewski D, Szmuchrowski LA, Franchin E. Weight categories do not prevent athletes from Relative Age Effect/ an analysis of Olympic Games wrestlers, Archives of Budo, 2014; 10(1):127-132.
Edginton R, Gibson R, Connelly C. Exploring the relative age effect and nation dominance in Olympic boxing, a Review of the last decade. Procedia Engineering, 2014; 72:805–810.
Goldschmied N. No evidence for the relative age effect in professional women’s sports. Sports Medicine, 2011; 41(1):87–88.
Altimari JM, Altimari LR, Paula L, Bortolotti H, Pasquerelli BN, Ronqué ER, Moraes AC. Distribuição do mês de nascimento dos jogadores das seleções brasileiras de futebol. Revista Andaluza de Medicina del Deporte. 2011; 4(1):13-16.
Vincent J, Glamser FD. Gender differences in the relative age effect among US Olympic Development Program youth soccer players. Journal of Sports Sciences. 2006; 24(4): 405-413.
Massa M, Uezu R, Böhme MTS, Silva LRR, Knijnik JD. Desempenho esportivo no judô olímpico brasileiro: o talento é precoce? Revista brasileira de Ciência. e Movimento 2010; 18(1):5-10.
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à revista o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), com reconhecimento de autoria e publicação inicial nesta revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer ponto antes ou durante o processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado.